Os filmes tiveram libras, audiodescrição ao vivo e legendas para surdos e ensurdecidos
Neste sábado, 1º de julho, o dia de abertura da 16ª edição foi marcado pela acessibilidade visual e auditiva na Sessão de Curtas Nacionais, às 16h30. Filmes produzidos em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Bahia tiveram libras, audiodescrição ao vivo e legendas para surdos e ensurdecidos.
Márcia Caspary, locutora, foi a responsável por descrever Òrun Àiyé – a criação do mundo (Jamile Coelho e Cintia Maria), Pequenas cenas mudas (Thiago Montelli), Dourado (Bernardo Teixeira), Os Meninos verdes (Rosa Berardo), Caminho dos gigantes (Alois Di Leo) e Ilha das crianças (Zeca Ferreira). O contato com a audiodescrição começou em 2008, e em 2010 a dubladora já estava produzindo. Os trabalhos podem ser tanto ao vivo quanto gravados, mas ela constata “trabalhar o ao vivo é a minha grande paixão”.
A proposta de trazer acessibilidade visual e auditiva transformou a exibição de um filme em memórias, como foi o caso de Luís Felipe de Souza, 11 anos, que é cego. “Eu acho muito legal ter a audiodescrição porque é muito difícil encontrar isso” explica o garoto, que já assistiu peças de teatro e concertos com a narrativa. O curta preferido de Luís Felipe foi Dourado, de Bernardo Teixeira, que considerou a história interessante.
A trilha de créditos finais de Òrun Àiyé – a criação do mundo, de Jamile Coelho e Cintia Maria, empolgou a plateia, que acompanhou o ritmo da canção com palmas. O filme narra um avô contando para a neta a história de como os deuses africanos interagem para criar a terra e os seres humanos. A história do filme é a transformação de um fato que aconteceu Thiago Bezerra, que estava presente na sessão. Uma mãe de santo contou as memórias dos deuses para o roteirista que, junto com a equipe, tiveram o desafio de produzir o curta em stop motion.
Texto: Milena Coutinho
Fotos: Carolina Arruda e Kélen Oliveira