“A proposta de trabalho na sala de aula tem que vir do coração”, diz professora Fabíola Burigo na 21ª Mostra

Nesta segunda-feira (17) foi realizado o Fórum de Cinema e Educação na 21ª Mostra. Cerca de 50 educadores e realizadores participaram do evento que aconteceu no Centro Integrado de Cultura (CIC). Os participantes assistiram ao longa nacional “Tarsilinha”, de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo. Logo após a exibição teve bate-papo com participação da professora de artes, Fabíola Burigo.

O Fórum é um momento de pensar e debater a arte cinematográfica infantil junto à educação. Nesta edição, a ideia foi exibir o filme Tarsilinha para depois debater junto à plateia formas de trabalhar a produção em sala de aula. “Exibimos esse filme hoje para despertar no professor a vontade de trabalhar com essa obra na sala de aula”, disse a diretora da Mostra, Luiza Lins. 

O longa em si tem um viés artístico gigante, a história infantil se desenrola em um cenário com as clássicas formas da pintora Tarsila do Amaral, na fase antropofágica e foi lançado no centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Para Fabíola Burigo, ter conhecimento da arte da pintora e do momento é essencial para saber o que abordar em sala de aula. “A proposta em sala de aula passa pelo coração de cada professor. Só aprendemos quando ouvimos de nós mesmos”, afirmou. 

Durante o debate, a plateia jogou luz sobre questões raciais no filme e como abordar na sala de aula. Uma das professoras comentou da falta de expressão nos rostos dos personagens negros em Tarsilinha. “A mediação tem que tomar muito cuidado, falar da nossa percepção para a criança é criar uma barreira na imaginação dela. Ela precisa dizer primeiro o que sentiu e se no filme perceberam que os negros não tem expressão, então conversem sobre isso”, pontuou Fabíola. 

Ao final, Luiza Lins falou sobre a importância de criar um Cineclube na escola para os alunos e professores e de ocupar o CIC com sessões para ambos os públicos. Além de comentar sobre a regulamentação da lei nº 13.006. “A ideia é regulamentar a lei que estipula duas horas de cinema brasileiro dentro das escolas. O MEC tem que tratar o audiovisual como trata a literatura”, finalizou a diretora.  

Sobre a Mostra

A Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis é uma das principais janelas de exibição de audiovisual para crianças no Brasil e é pioneira em valorizar o cinema produzido no país para o público infantil. Acontece desde 2002 ininterruptamente na capital catarinense e, em 2020, passou a ser também on-line, transmitindo sua programação para todo o Brasil. Além do festival anual, a Mostra tem outras iniciativas com objetivo de  levar arte gratuita para crianças de diferentes contextos sociais e fomentar o cinema brasileiro para a infância.

A 21ª edição é produzida através da Lei de incentivo à Cultura, com o patrocínio das empresas Fischer, Itaú, Engie Energia, Videplast, da Magrinha, Fecoagro e Teltec. É uma realização da Lume Produções Culturais e Núcleo de Ação Integrada, Prêmio Catarinense de Cinema 2021, Fundação Catarinense de Cultura, Estado de Santa Catarina, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo.


Publicado em 17 outubro 2022


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